Posts Marcados voluntariado

Retomada

Foram cinco anos com posts esporádicos por aqui, decorrência da agenda de um programa de mestrado intenso que tomou todos os espaços disponíveis (e os demais espaços também).

Recomeçar devolve a sensação de continuidade e traz a inquietante expectativa de reação do leitor.

O compromisso permanece o mesmo: tentativa de contribuição com a diversidade, resgate do respeito ao humano.

2017 chega com grande força no tema que move nosso cotidiano: a qualidade de vida da pessoa com autismo, energizada pela recente ação coletiva/voluntária que mobiliza o Vale do Paraíba paulista.

Outros temas tomam fôlego,  agora com base em nossos estudos e experiência: arte, acessibilidade, aspectos sociais do urbanismo, cidadania, políticas públicas.

Se você está chegando agora sugerimos espiar os posts/arquivos antigos, organizados na barra “Categorias”. Aos que já passaram por aqui, o convite é ‘vamos  retomar a conversa’?

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Seja voluntário! Be a volunteer!

Trabalho voluntário é tudo de bom!

O hábito de olhar somente para o próprio umbigo é, a meu ver, uma característica de todo o ser humano, com raríssimas exceções. E sei que não sou uma delas, por isso não me iludo –  minha evolução ainda não chegou nem próxima desse ponto. Mas sigo tentando.

Enxergar as oportunidades de trabalhar por causas e por pessoas é algo que depende muito de exemplos e de exercício. Um trabalho voluntário é qualquer atividade prestada por espontânea vontade sem esperar remuneração ou outro tipo de vantagem por sua prestação. Pode-se tratar de uma ação de caráter esporádico ou do compromisso periódico, seja semanal ou mesmo diário.  Muitas vezes é mais fácil nos engajarmos num trabalho desse tipo vinculando-nos a uma instituição que pode ser um hospital, um asilo, orfanato, uma ONG, o serviço assistencial da sua igreja ou associação de bairro. Não importa. O essencial é dar o passo a que tantos resistem. O passo na direção de doar algo de seu: seu tempo, conhecimento, habilidade, suor, recebendo nada além da satisfação de estar fazendo algo de bom para alguém. E sem perceber, ao tornar-se disponível, ser mais uma peça na montagem da consciência humanitária para uma sociedade ainda tão míope de valores que impliquem em generosidade e solidariedade.

Em família, sempre vi meu pai ajudando pessoas ou instituições:  desde servir de motorista para levar um vizinho ao médico a passar muitos finais de semana consertando o telhado do centro espírita que ele frequentava. Defino meu pai como um homem de bom coração que, como a maioria de nós, permanecendo coberto pelas camadas das imperfeições humanas,  as manifesta muitas vezes mais que a própria essência. Mas, repito: sua essência sempre nos mostrou o exemplo da honestidade e da disponibilidade para ajudar os que necessitavam.  Sem esse exemplo minha irmã e eu certamente teríamos outros valores e prioridades. Também nos tempos de colégio salesiano em que estudei por onze saudosos anos, éramos expostas aos ensinamentos cristãos de servir e fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fosse feito. Nesse contexto as irmãs nos proporcionavam oportunidades de trabalhos escolares ou extra-escolares de cunho social. Lembro-me de um compromisso a que poderia hoje considerar minha primeira tentativa de um “trabalho voluntário”. Foi por volta de meus 12 anos. A irmã Maria Luiza pedira-me para ir todas as tardes  por volta das 18h  ao orfanato salesiano que ficava no mesmo bairro em que eu morava, permanecer na pequena cabine  de telefone, um cubículo de madeira com cerca de um metro quadrado, durante o horário da missa, pois a pessoa que normalmente cumpria essa função necessitara afastar-se por certo período. Não me lembro de algum dia ter havido alguma ligação importante a atender, mas lembro-me de comparecer com pontualidade diária e de ali ficar, livro na mão para passar o tempo, até o final da missa, por pouco mais de uma hora, após o que a irmã vinha me dispensar de meu posto de guarda. Durou poucos meses, somente até que a pessoa responsável pela função retornasse. Eu sabia que não fazia nada de especial. Apenas estava ali porque haviam me pedido e eu, àquela época já assimilara que, se dispunha de tempo livre, então deveria ajudar.  

Décadas mais tarde outra pessoa veio desempenhar um novo papel de irmã Maria Luiza fazendo-me aceitar um outro pedido: trabalhar numa função que eu não sabia bem do que se tratava,  mas seria a responsável pelas finanças de uma ONG a ser fundada no prazo de um par de meses. A nova “irmã”, Márcia como eu, apresentou diferentes motivos daqueles de minha infância, mas na essência despertou o mesmo sentimento de colaborar com algo que podia estar ao meu alcance.  Aceitei meio hesitante. Havia dez anos que eu vivia quase totalmente focada para meu filho mais novo, desde seu nascimento e posterior diagnóstico de autismo. Como conseguiria conciliar as duas responsabilidades? Nessa nova tentativa fui parar no ILA – Instituto Lucas Amoroso há quatro anos. Amanhã, 3 de outubro, o primeiro quadriênio do ILA se completa. Não há como descrever em palavras a sensação de haver contribuído com a consolidação dessa instituição que propõe o respeito e o trabalho carinhoso às pessoas com deficiência e transtornos cognitivos. Mais uma vez, em essência, trata-se do simples cumprir com o que era certo a fazer.  Mas o retorno… Esse é impagável.

Uma parte tão gratificante quanto a singular satisfação desse tipo de trabalho foi constatar que meu filho mais velho, aos 16 anos, sem titubear voluntariou-se ao programa desenvolvido em seu colégio ano passado, dando aulas de reforço para alunos do último ano do ensino fundamental. Em pleno frio de junho, ou chuva, em época de provas ou trabalhos, ele acordava sozinho às 6h30 da manhã de todas as segundas-feiras com uma responsabilidade espartana para compartilhar seu conhecimento em língua portuguesa com os alunos inscritos no programa.

Somos muito mais do que nossos bens, nossa posição e nosso conhecimento. Tornamo-nos o resultado de nossas escolhas.  E o conjunto das escolhas de todos podem fazer um mundo melhor ou não.  A escolha é sua.

Em Guaratinguetá você pode oferecer-se como voluntário em: 

Casa ATO – (12) 3133-6330

Creche Chico Xavier – (12) 3122-3704

Fazenda da Esperança – http://www.fazenda.org.br – retornoavida@fazenda.org.br 

Grupo da Fraternidade Irmão Altino – gf@irmaoaltino.com.br

Instituto Lucas Amoroso – institutolucasamoroso@uol.com.br

Santa Casa de Misericórdia –  santacasaguara@santacasaguara.com.br

Sítio do Juca Centro Ambiental e Social – http://www.sitiodojuca.org.br

 

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