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III Forum de Inclusão Social: mais uma peça.

O quebra cabeças da inclusão social no Brasil é grande, as questões são diversas e encontram-se ainda dispersas. Lembra-nos por vezes aquela sensação de, aos buscarmos os encaixes entre milhares de peças, desconfiarmos de que há algumas faltando. Somente ao final verificamos que estavam todas ali, bastava apurar a visão e desenvolver uma melhor percepção para que tudo se encaixasse na composição da mais bela imagem.

Nos dias 07 e 08 de outubro, o ILA Instituto Lucas Amoroso contribuiu com mais um dos encaixes da grandiosa montagem do viver e do usufruir a diversidade, realizando o III Fórum de Inclusão Social, na cidade de Guaratinguetá, aberto na noite da sexta-feira por seu diretor geral, Dr. Victório Amoroso Filho.

Com ênfase nas possibilidades e dificuldades da inclusão no ambiente educacional, o fórum tratou de conceituar a diversidade e mostrou algumas experiências de interconexões entre terapeuta, família e educador no enriquecimento das oportunidades de desenvolvimento para as pessoas com deficiência dentro e fora das salas de aula. Destaque para a palestra de abertura do Prof. Dr. Romeu Kazumi Sassaki que balizou a semeadura de idéias de renovação às práticas tradicionais e comprovadamente ultrapassadas de uma educação que ainda defende a ensinagem baseada em “a mesma coisa para todos”, na manutenção do equívoco de formatar o aluno aos conteúdos ao invés de definir propostas e conteúdos conforme o aluno. Ressaltou algumas das alternativas do que tem sido testado e aprovado em educação em âmbito mundial, exemplificando a individualização de programas para os educandos – todos os educandos- que são sempre diferentes, vivem em realidades distintas e têm aspirações e possibilidades diferentes. O foco na participação do aluno e da família na confecção de currículos construídos segundo as especificidades num tripé escola-lar-aluno foi abordado em considerações feitas pelo Prof. Romeu sobre o que aprender, quais os objetivos a serem alcançados e quem deve determinar tais decisões. O assunto  merece destaque e  causou o ‘remexer nas cadeiras’ de várias pessoas na platéia. Acredito que o desconforto deve-se a termos na Educação e em outros ambientes sociais, uma atmosfera costumeiramente resistente a ceder espaços à participação e a valorizá-los, e ao desempenho de profissionais que, anacronicamente, ainda temem perder terreno e estabilidadade, acreditando ser a reserva de território o caminho que conduz ao reconhecimento e ao prestigio.

No miolo, o evento mostrou experiências para  ricas reflexões sobre comprometimento e vontade de descobrir o ‘como fazer melhor’, e que transformam-se a cada passo dado, a cada concretização, em nova matéria prima para inéditas possibilidades de (re)construção e aprimoramento das alternativas que se traduzam na renovação de uma sociedade a ser compartilhada por todos.  As discussões e depoimentos foram conduzidos pelas terapeutas/educadoras Michelle Carvalho Rocha, Maria Fernanda Costa e Silva, Valéria da Silva Ferreira e Leila Batagimi e Silva, que atuam no ILA, (a fisioterapeuta Leila atua também no Centro de Reabilitação e Equoterapia “Projeto Caminhar” em Lorena) e pelas educadoras de São Bernardo do Campo Roberta Martins Braz Villaça e Sueli Alves.  No fechamento do evento a psicomotricista Cristiane Lopes Kaulich mostrou preciosidades do resgate das práticas significativas na formação de uma memória processual acontecendo em seu acampamento de férias, cuja proposta encara todos os desafios advindos da diversidade e os transforma em enriquecimento de vivências, em experiências singulares e perenes, revertendo-os em benefícios ao desenvolvimento de todos os envolvidos. Como bem disse a idealizadora e fundadora do ILA, Márcia Amoroso, em seu comentário final, a palestra mostrou a prática do que havia sido apresentado conceitualmente pelo Prof. Romeu na noite anterior.

 

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Um encontro de dar gosto e que destacou, para aqueles que ‘têm olhos para ver e ouvidos para ouvir’, as questões mais relevantes da inclusão social/escolar e, particularmente, de sua concretização a partir do abandono da mesmice que modelos educacionais e educadores têm obstinadamente defendido e  mantido.  Esperemos propostas que tirem os educandos do papel de reféns de proposições impostas, e abracem novos paradigmas que proporcionem experiências pedagógicas num patamar de real aproveitamento tanto para a construção do próprio conhecimento, e com ele dos saberes da humanidade, quanto para a prontidão às questões mais cotidianas da vida e do exercício da cidadania.

 

Acrescento como destaque afetivo, a presença do pequeno Davi que, em companhia da  sempre especial fisioterapeuta Thaís Boncristiano (ILA) e do orgulhoso papai Thiago, prestigiou o evento na manhã do sábado, 08.

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